6 coisas que devemos ensinar aos meninos
Embora existam histórias de abuso e assédio sexual que surjam à luz, a violência machista é um problema que está longe de ser erradicado. E ninguém quer dar lições a seu filho para que faça parte desta cultura que oprime as mulheres.
Desde a infância, aprendemos como nos comportar com os demais, quais são os limites que devemos ter e como nos defender. A maioria dos pais não falam diretamente sobre violação com seus filhos, em alguns casos, até que sejam adolescentes ou adultos. No entanto, as mensagens sobre sexualidade chegam a eles desde uma idade muito precoce.
É importante certificar-se de que os homens, desde que são crianças, não aprendam lições perigosas mesmo que por acidente. Estas são algumas das coisas que devemos ensinar a nossos filhos para acabar com a cultura do abuso. Confira abaixo 6 coisas que devemos ensinar aos meninos.
6 coisas que devemos ensinar aos meninos
1. O afeto não é obrigatório
Obrigar uma criança a abraçar um familiar inclusive seus próprios pais quando não querem, é como dizer-lhes que seu espaço e limites pessoais não importam. Muitas crianças preferem que seu espaço seja respeitado e é importante ensinar-lhes que os abraços e os beijos não devem ser obrigatórios.
O consentimento é algo necessário e a melhor maneira de educar um filho é através de exemplos e ações. Devemos mostrar-lhes como se comportar respeitosamente, o que também significa respeitar quando alguém não quer ser tocado.
2. As meninas podem vestir o que quiser
É importante ensinar aos meninos que ele não deve julgar uma menina pela forma como ela se veste e que cada um tem o direito de escolher o que vestir. Os uniformes escolares podem ser problemáticos a este respeito e é difícil lutar com a ideia de que o que usa uma mulher faz com que outra pessoa a julgue por isso. É importante ter uma conversa em casa sobre isso desde muito cedo.
3. Você não tem que incomodar quem você gosta
Muitas vezes, quando alguém nos incomodava na escola, recebíamos a seguinte mensagem errada: é porque “ele gosta de você” ou porque “quer chamar sua atenção”.
A ideia de que tocar alguém de forma inadequada é “romântica” promove uma cultura de abuso e violação. Você tem que ensinar os meninos que bater, empurrar, chutar, gritar, molestar ou qualquer comportamento abusivo, de nenhuma forma está relacionado com alguém que gosta ou que quer chamar a atenção. É violência. E é muito importante que eles aprendam isso desde muito cedo, de modo que se tornem homens respeitosos no futuro.
4. Ser persistente não dá resultados
Muitos acreditam que podem “ganhar” uma pessoa pelo simples fato de serem persistentes. Mas isso na realidade se chama assédio e é violência, uma forma de controle. Os meninos também devem aprender isso. Não há porque forçar alguém a mudar de opinião.
5. A violência não tem justificativa
Isso pode ser difícil para os pais que têm mais de um filho. Às vezes, é inevitável que os irmãos recorram aos golpes e se não tiverem irmãos, pode acontecer na escola. E é onde os pais acabam fazendo a seguinte pergunta: “O que você fez para ser atingido?” E isso ensina tanto à vítima como o agressor que a violência pode ser justificada. E NÃO pode, sob hipótese alguma. Nenhum tipo de violência pode ser justificado.
6. Uma menina não tem que ser 100% pura
Muitas meninas são ensinadas que devem ser o mais pura possível, que nunca devem discutir com ninguém, nem enfrentar ninguém. E muitos meninos são ensinados da mesma maneira, que as meninas devem ser modestas, virgens até o casamento e comporta-se bem sempre, “caladas ficam mais bonitas”.
Dizer a um menino que as meninas devem ser modestas pode ser perigoso em muitos sentidos. Inclusive se uma menina é abusada ou estuprada, esse sentimento de “pureza” pode impedi-la de se defender. Portanto, muito cuidado ao que vai dizer aos meninos. E também para as meninas.
O que achou desse post sobre o que devemos ensinar aos nossos filhos homens desde cedo? Você conhece outra lição que ajuda a melhorar a relação entre meninos e meninas desde muito cedo? Compartilhe nos comentários.