Embolia pulmonar: sintomas, causas, tratamentos e mais!
Embolia pulmonar, também conhecida como tromboembolismo pulmonar é o bloqueio da artéria pulmonar ou de um de seus ramos.
O que é embolia pulmonar
A embolia pulmonar ou tromboembolismo pulmonar é uma doença potencialmente fatal que ocorre quando partes de um trombo se desprende de alguma parte do território venoso. Na maioria dos casos, os êmbolos vêm de uma trombose venosa profunda das extremidades inferiores.
“Entre os fatores predisponentes relacionados com o paciente, se inclui a idade, os antecedentes de doença tromboembólica prévia, a câncer ativo, as doenças neurológicas com paralisia das extremidades, as condições médicas que requerem o repouso prolongado na cama, como a insuficiência cardíaca ou respiratória, a trombofilia congênita ou adquirida, a terapia de reposição hormonal e o uso de contraceptivos orais”, explica Javier de Miguel Díez, coordenador da Circulação pulmonar da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR). “Aproximadamente 20% dos casos não conseguem identificar nenhum fator desencadeante”, acrescenta.
Incidência
Estima-se que a incidência de embolia pulmonar é de 1 caso por 1.000 habitantes ao ano, embora o número real seja provavelmente maior. Segundo dados do Ministério da Saúde, na Espanha, durante o ano de 2010, foram diagnosticados 22.250 casos, com uma mortalidade durante a admissão de 8 a 9 por cento. “No entanto, nos últimos anos tem havido um aumento na taxa de hospitalizações por embolia pulmonar, com um aumento no número de doenças associadas, isto é, na complexidade dos pacientes,” acrescenta Javier de Miguel Díez.
O que causa embolia pulmonar
O especialista indica que na maioria dos casos, a embolia pulmonar está associada a fatores de risco desencadeantes, qualificando-se como provocada ou secundária. Quando nenhum fator predisponente é identificado, se denomina não provocada, espontânea ou idiopática.
“Os traumatismos graves, grandes cirurgias, lesões de membros inferiores e lesões na coluna vertebral são fatores de risco maiores para desenvolver essa doença. Outro fator predisponente conhecido é o câncer, embora o risco varie dependendo do tipo de tumor”, acrescenta. “Deste modo, por exemplo, as neoplasias hematológicas, o câncer de pulmão, os tumores gastrointestinais, o câncer de pâncreas e os tumores do sistema nervoso central se associam a um risco maior de complicações trombóticas”.
Por outro lado, Javier de Miguel Díez, indica que trombofilia hereditária aumenta o risco de embolia pulmonar. “As duas mutações autossômicas dominantes mais comuns são o factor V Leiden (que produz resistência à proteína C activada) e mutação do gene da protrombina (que aumenta a concentração plasmática de protrombina). As deficiências de antitrombina III, proteína C e proteína S são muito mais raras. Além disso, a síndrome antifosfolípide é a causa mais frequente de trombofilia adquirida e aumenta o risco de trombose arterial e venosa”.
Em mulheres férteis, o uso de contraceptivos orais é o fator predisponente mais frequente. Para as pacientes grávidas, o maior risco ocorre durante o terceiro trimestre e nas 6 semanas após o parto. A fertilização in vitro também aumenta o risco de doença tromboembólica venosa. Por último, em mulheres na pós-menopausa que recebem terapia de reposição hormonal, o risco é variável em função da composição hormonal do medicamento utilizado.
Sintomas de embolia pulmonar
As manifestações clínicas da embolia pulmonar são inespecíficas, o que muitas vezes dificulta estabelecer o diagnóstico.
Alguns sintomas que podem aparecer são:
– Freqüentemente, a respiração é muito rápida e pode causar ansiedade e agitação pronunciadas. Às vezes, o paciente pode manifestar os sintomas de um ataque de ansiedade.
– Dor aguda no peito, especialmente quando a pessoa respira profundamente (dor torácica pleurítica).
– Os primeiros sintomas também podem ser tonturas, desmaios ou convulsões.
– Pessoas com oclusão de um ou mais dos grandes vasos pulmonares podem ter a pele de cor azulada (cianose) e morrer subitamente.
– O infarto pulmonar produz tosse, expectoração com sangue, dor torácica aguda ao respirar e febre.
Em pessoas com episódios recorrentes de pequenos êmbolos pulmonares, os sintomas como inchaço dos tornozelos ou das pernas e fraqueza tendem a se desenvolver progressivamente ao longo das semanas, meses ou anos.
Prevenção de embolia pulmonar
Entre as medidas mais importantes para prevenir a embolia pulmonar, Javier de Miguel Díez recomenda evitar fatores de risco, como a obesidade, realizar exercício físico freqüente, não fumar, não tomar contraceptivos sem receita médica e prevenir a trombose em situações de risco com tratamento anticoagulante (cirurgia, traumatismos, parto, imobilização prolongada, etc.).
Diagnóstico
Nenhum teste isolado é suficientemente sensível e específico como para confirmar ou descartar a presença de embolia pulmonar aguda sintomática. Por esse motivo, o diagnóstico de embolia pulmonar deve combinar a suspeita clínica, os resultados da determinação do dímero D no sangue e os achados encontrados nos exames de imagem.
“Deve-se considerar este diagnóstico em todo paciente que apresente dispneia de nova aparição, piorando de sua dispneia habitual, dor torácica, síncope ou hipotensão, sem uma explicação alternativa”, afirma o especialista, que diz que a suspeita deve ser revista particularmente quando os testes adicionais básicos (radiografia de tórax, eletrocardiograma e gasometria arterial) descartam outros diagnósticos.
Testes de diagnóstico
No processo diagnóstico da embolia pulmonar existem testes gerais, como a radiografia de tórax, os gases arteriais e o eletrocardiograma, que tem como finalidade ajudar no diagnóstico diferencial ou sugerir a gravidade do caso. O médico também pode realizar testes específicos para confirmar o diagnóstico.
Tratamentos de embolia pulmonar
O tratamento da fase aguda desta doença consiste na utilização de anticoagulantes, primeiro por via parenteral (heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular ou o fondaparinux) e depois por via oral, embora na atualidade existem novos anticoagulantes orais que permitem sua administração oral desde o começo.
Em uma minoria de pacientes, geralmente aqueles que se apresentam com uma maior gravidade ou que têm contra-indicação para a anticoagulação, podem requerer outros tratamentos farmacológicos (trombolíticos) ou medidas mecânicas (filtros da veia cava) para acelerar a remoção do coágulo ou prevenir sua embolização dos pulmões”.
Quando é aconselhável que o paciente consulte o especialista?
Em pacientes com antecedentes de embolia pulmonar que apresenta dispnéia persistente, recomenda-se ir ao especialista para avaliar a existência de hipertensão pulmonar tromboembólica crônica.